Friday, August 5, 2022

Um grupo de amigos e um céu escuro faz o tempo desaparecer!

O criador da Teoria da Relatividade, Albert Einstein, referia-se ao fato de o tempo ser relativo, vinculando-o à velocidade.

Como fazer a noção tempo desaparecer ? Minha receita é juntar um grupo de amigos, viajar até um céu escuro e praticar astrofotografia! Alguns de nós perdeu a noção do espaço-tempo e não sabia onde estava depois de acordar 😅, o outro não sabia mais que dia da semana era 😁.... e por ai vai!

Essa é a consequência dessa imersão, o dia e a noite dedicados ao nosso hobby... 


É um tempo aguardado o ano todo! E não é pra menos, nesse céu da Chapada dos Veadeiros você tem a nítida impressão que a Via Láctea está em outro plano, é um sensação de profundidade que só pude observar ali. Nesse ano também tivemos um céu bastante movimentado, com alguns radiantes de 3 chuvas de meteoros distintas.

Claro que a noite é o Ato principal mas.... os churrascos e os sandubas nos almoços com os amigos é bom demais também!

E pra variar esse ano tivemos vários problemas... foi de conserto de montagem queimada à chinelo arrebentado! 😁😁😁😁


Termino, com essas imagens, a temporada de fotografia, contemplação e observação do Cosmos de 2022 na Chapada dos Veadeiros!

NGC 1291, também conhecida como NGC 1269 é uma galáxia em anel com uma barra interna incomum e estrutura de anel externa localizada a cerca de 33 milhões de anos-luz de distância na constelação de Eridanus


O Cygnus Loop é um grande remanescente de supernova (SNR) na constelação de Cygnus, uma nebulosa de emissão medindo quase 3° de diâmetro. Alguns arcos do laço são conhecidos coletivamente como Nebulosa do Véu.


NGC 6729 é uma nebulosa de reflexão e emissão (uma região de formação de estrelas), localizada a cerca de 424 anos-luz de distância na constelação de Corona Australis (The Southern Crown). Faz parte de um dos berçários estelares mais próximos da Terra.


Sh2-119 é uma vasta nebulosa de emissão visível na constelação do Cisne. Muito perto da famosa nebulosa da América do Norte, tem a forma de 2 conchas que, dispostas a leste e oeste da estrela 68 Cygni, parecem querer envolvê-la. São visíveis filamentos finos e casulos de nebulosas escuras, que contrastam fortemente com a nebulosa e o campo estelar.


WR 134 é uma estrela variável Wolf-Rayet localizada a cerca de 6.000 anos-luz de distância da Terra na constelação de Cygnus, cercada por uma nebulosa bolha fraca soprada pela intensa radiação e vento rápido da estrela. É cinco vezes o raio do Sol, mas devido a uma temperatura acima de 63.000 K é 400.000 vezes mais luminoso que o Sol.


A galáxia do Olho Negro (Messier 64, NGC 4826) é uma galáxia espiral localizada a aproximadamente dezessete milhões de anos-luz (cerca de 5,2 megaparsecs) de distância na direção da constelação da Cabeleira de Berenice. Possui aproximadamente oitenta e seis mil anos-luz de diâmetro.
Possui esse nome devido a sua extraordinária aparência escura com numerosos pontos brilhantes. A característica mais estranha e peculiar observada nesta galáxia diz respeito aos seus movimentos internos, enquanto os braços externos movem-se em uma direção, a parte interna move-se para outra direção, este fato é de difícil explicação, mas os cientistas acreditam na hipótese de que a galáxia NGC 4826 seja o resultado da colisão entre duas galáxias, uma grande e uma pequena.



As Plêiades (Messier 45), são um grupo de estrelas na constelação do Touro e são facilmente visíveis a olho nu nos dois hemisférios.
Consistem de várias estrelas brilhantes e quentes que se formaram nos últimos 100 milhões de anos, de espectro predominantemente azul. As Plêiades têm vários significados em diferentes culturas e tradições.



Céus limpos a todos
Que venha 2023!
@astronomiaNoCerrado


Sunday, July 10, 2022

PL 4471/2020: SOCORRO!

Recentemente uma iniciativa para regulamentar a propriedade, registro e o mercado de meteoritos nacionais ganhou força no Brasil. Vou expor aqui minha opinião sobre essa proposta de PL que segundo o grupo de trabalho responsável tem os objetivos dê:

  1. Fomentar os achados de Meteoritos
  2. Definir a questão de propriedade
  3. Garantir o registro das peças em território nacional
  4. Proteger contra a exportação ilegal

Adianto que ao meu ver, essa PL falha em todos os seus objetivos. Com potencial para fomentar o comercio ilegal e o contrabando. Ela onera o dono do meteorito, traz prejuízos ao comerciante, não garante a saída ilegal de meteoritos com potencial de dar aparente legalidade a um espécime, não creio que ajude a aumentar a localização e registro de meteoritos nacionais e por fim possui cláusulas abusivas e talvez inconstitucionais.

Antes de tecer comentários sobre o texto da PL em si. Vamos a alguns fatos importantes.

  • Hoje em dia qualquer pessoa que ache ou pense que achou um meteorito, pode de forma gratuita enviar pequenas amostras (poucos gramas são necessários) para instituições públicas como a UFRJ, Unicamp e USP para estudo e classificação. Sendo esses poucos gramas definidos pelas próprias instituições como o suficiente para a execução dos trabalhos científicos e reservas técnicas
  • Pelo menos nas últimas duas décadas, TODOS os meteoritos nacionais que constam no Meteorical Bulletin tem amostras em instituições de pesquisa governamentais no Brasil para estudo científico, Quase 100% delas classificadas dentro do território nacional. Isso significa que mesmo sem uma legislação específica sobre o tema, as amostras estão presentes em solo brasileiro para estudo.
  • Hoje em dia já existe a contrapartida de obter valor agregado à um meteorito por meio de sua classificação por entidades públicas, sem custo algum.
  • O estímulo para procurar meteoritos e o desestímulo ao mercado ilegal e contrabando passa pela menor intervenção do Estado.
  • Para quem acha que achar meteorito é apenas pura sorte, provavelmente não parou para calcular o custo que se tem para passar uma semana executando essa tarefa. Custos com passagens aéreas, aluguel de carro e equipamento, hospedagem, alimentação, combustível, etc. 

Agora vamos aos comentários ao texto da PL.

Art. 5º Considera-se proprietário do meteorito:

I – o Coletor que o extrair:

a) de imóveis de sua propriedade; e

b) de bens de uso comum do povo;

III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,

quando encontrado em bens de seu domínio.

Comentário: Em ambos os casos se retirou o estímulo aos colecionadores e hunters de meteoritos que muitas vezes fazem disso sua fonte de renda e investem recursos em pesquisa com a finalidade de detectar local de queda. Não há nenhum motivo para essas pessoas ou empresas empregarem seus recursos, tempo e conhecimento para encontrar um meteorito se eles não serão de sua propriedade a priori.

Na minha opinião, o dono deverá ser o coletor. Isso de forma alguma fomenta a invasão de terras governamentais ou privadas. Deverá sempre haver autorização prévia do dono da terra para que os meteoritos sejam procurados, sejam pelos donos do imóvel ou através de um acordo entre as partes por um especialista/colecionador/comerciante de meteoritos.

Existem leis no Brasil que protegem as propriedades de invasões, acesso não autorizado independente do motivo (pesca, caça, turismo, extração de recursos, etc).

§ 1º Salvo expressa avença em contrário:

I - a propriedade do meteorito será dividida, na ordem de 50%

(cinquenta por cento), entre o coletor e o proprietário de imóvel privado atingido,

quando a coleta da peça for realizada a título gratuito nos domínios deste;

II - a propriedade do meteorito será dividida, na ordem de 50%

(cinquenta por cento), entre o coletor locatário e o locador do imóvel urbano ou

rural atingido;

Comentário: Não entendo que de forma alguma esse PL deve tentar regular porcentagens, divisões, compensações financeiras. Para que haja estímulo a procura (que envolve muitos custos) esse acordo deverá ser feito livremente entre as partes: proprietário do imóvel e coletor.

Será que alguém avaliou os custos que um coletor tem para encontrar um meteorito para decidir sobre porcentagens e compensações financeiras ? Esse equilíbrio deve vir do mercado e não do Estado.

Art. 6º O meteorito deverá ser levado fisicamente a registro, uma

única vez, pelo seu proprietário e às suas expensas, em até 180 (cento e oitenta)

dias após a coleta, em Instituições Registradoras indicadas pelo Poder Executivo.

Comentário: Que Brasil estamos considerando ? Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília ? Ou a média da população brasileiro que mal paga o fundamental para ter que arrumar recursos financeiros em uma viagem até uma instituição de registro no Brasil para entregar fisicamente o meteorito ?

§ 1º A divisão do meteorito em fragmentos menores antes do

processo de registro, obrigará que cada parte seja registrada separadamente.

Comentário: Entendo aqui que se um meteorito de 100g foi registrado e depois foi dividido em 100 fragmentos de 1g para venda está tudo certo. Ao meu ver isso possibilita que novos SOCORROs saim do Brasil de forma descaracterizada. Teremos capacidade de fiscalizar se aqueles muitos fragmentos de meteoritos são mesmo da massa original ?

Me parece uma medida sem efetividade e com potencial de burocratizar tanto o comércio internacional de meteoritos que o tornará, de forma legal, inviável.

Art. 7º Para efeito de registro e de pesquisa científica, parte da

massa do meteorito, correspondente a 20% (vinte por cento) de sua composição,

não podendo ser inferior a 30 (trinta) gramas ou superior a um quilograma, será

obrigatoriamente cedida à Instituição Registradora, a título gratuito.

Comentário: Hoje em dia alguns gramas de amostras já são suficientes para estudos, amostra técnica e exposição. Porque querem até 1kg do meteorito ? É uma massa de valor substancial, causa danos a massa principal que poderá perder valor de mercado.

§ 3º O meteorito ficará disponível para retirada pelo proprietário,

na Instituição Registradora, após o término da fase de Registro Definitivo.

Comentário: Mias uma forma de onerar o proprietário do meteorito, tirando o estímulo ao registro.

§ 1º A Instituição Registradora poderá, excepcionalmente e de

maneira justificada, abrir mão da cessão ou diminuir o percentual exigido no caput

deste artigo.

Comentário: Precisa-se justificar bem esse ponto, pois ele atinge em cheio os que vivem do comécio de meteoritos. Ao meu ver, já que hoje a ciência consegue fazer seu trabalho com amostras muito inferiores a 1kg, deve-se manter os valores atuais de massa (independente do tamanho do meteorito) e em casos excepcionais de justificados requererem amostras maiores.

Art. 8º O meteorito não levado a registro pelo seu proprietário nos

prazos desta lei poderá ter o percentual de cessão de sua massa aumentado para

até 50% (cinquenta por cento), quando da efetivação do procedimento de registro,

caso seja do interesse da Instituição Registradora.

Comentário: Classificaria isso como um abuso e uma falta de sensibilidade quanto a realidade sócio-econômica no Brasil. 

Art. 9º Os ganhos financeiros advindos de venda de material

obtido na forma dos arts. 7º e 8º deverão ser utilizados exclusivamente para

pesquisa de meteoritos, não podendo ser confundidos com patrimônio da

Instituição Registradora.

Comentário: Acho que o projeto de lei deve prever formas de fiscalizar essa venda e a aplicação do dinheiro. Tendo a pensar que se uma massa foi doada para ser estudada, reserva técnica para estudos futuros e exposição em museu, não deveria ser de forma alguma vendida

Como será feita essa venda? Quem definirá o valor ? Quem poderá comprar ? 

Art. 15. Os meteoritos coletados antes da entrada em vigor desta

lei deverão ser levados a registro no prazo de até 180 (cento e oitenta) dias, na

forma desta lei.

Comentário: Vou me abster de comentar se essa medida é inconstitucional ou não. Acho que é simplesmente um enorme absurdo e inexequível

Por fim me parece que sempre que assisto a debates desse grupo de trabalho, a dor pela perda do SOCORRO é a real motivação para essa PL. Mas tenho certeza que a PL não terá a capacidade de evitar a saída de novos SOCORROs. 

Acho que deveríamos estar medindo esforços para desenvolver tecnologias para aumentar a capacidade de localização de meteoritos em solo nacional. Para tal deve haver mais esforços no desenvolvimento de tecnologias com maior acurácia para detecção do local de queda, como por exemplo o uso de rede de sismógrafos. O uso de sensores dessa natureza já é estudado pelo menos desde a décadas de 70 [1] e existem resultados práticos de achados de quedas de meteoritos com boa acurácia.

Mas com que dinheiro ? Bom ai temos um problema de gestão de recursos públicos, prioridades, nossa capacidade de demonstrar que isso é extremamente relevante para o país.

Essa PL deveria discursar sobre intercâmbio entre colecionadores privados, museus e instituições de pesquisa. Um modelo de cooperação entre esses atores sem dúvida alguma poderia diversificar e enriquecer os acervos de amostras de meteoritos para fins de exposição, estudo e pesquisa científica no Brasil com custo baixo.

Não creio que haja mais espaço para tentar a elaboração de um texto novo ao qual se possa regular o tema meteorito com a interferência mínima do Estado nas relações comerciais, de custo e de propriedade, que traga propostas mais efetivas para o desenvolvimento da ciência e desenvolvimento tecnológico ligado ao tema. Então aguardemos o que o futuro nos reserva, mas creio que essa seja só a PL Do Cartório de Meteoritos, uma pena

[1] The Location of Meteorite Impacts by Seismic Methods - NASA/ADS (harvard.edu)

Tuesday, June 28, 2022

De Volta à Chapada dos Veadeiros depois de 10 meses

Foram aproximadamente 10 meses desde o inicio do último período chuvoso (Primavera) aqui no cerrado goiano para conseguir voltar ao céu maravilhoso da Chapada dos Veadeiros! É ali que podemos fotografar em um céu bortle 1 e de cara contemplar o visual, as montanhas à distância durante o pôr do sol!


Pra fechar o pacote com chave de ouro, a amizade, o bom papo e as risadas com os amigos que se juntaram nessa missão de 3 noites sob esse céu onde parece que acenderam as luzes da Via Láctea! 



Na simplicidade de uma casa rural, distante da poluição luminosa das cidades, onde reinam os cantos das Araras Canindé que passam voando a distância. Esse é o cenário onde foi possível apontar nossos telescópios por horas e horas e capturar as cores e as formas esculpidas por esse universo de profunda escuridão


Esse enorme campo contendo nebulosas de emissão na constelação de Ara, as quais remetem à imagem de dois dragões frente a frente! Por isso é conhecida como a Nebulosa Dragões de Ara.

E esse maravilhoso campo na constelação de Ophiuchus, que mais parece uma pintura, com diferentes cores oriundas de nebulosas de emissão, reflexão, escuras, estrelas de diferentes temperaturas e aglomerados! 

Céus limpos para todos!

@astronomiaNoCerrado

Monday, May 2, 2022

Nebulosa da Rosetta

A Nebulosa de emissão da Roseta é uma enorme nuvem de gás e poeira. Seu formato lembra a  imagem de uma rosa, as pétalas desta rosa cósmica são, na verdade, um berçário estelar.

A forma encantadora e simétrica foi delineada pelos ventos e pela radiação de seu aglomerado central de estrelas jovens e quentes. A cavidade central na Nebulosa Roseta, tem cerca de 50 anos-luz de diâmetro.

Ela está localizado na direção da constelação do Unicórnio a cerca 4 500 anos-luz de nosso sistema solar.


Foram duas horas de captura usando um pequeno refrator SpaceCat.

Céus limpos a todos!

@AstronomiaNoCerrado

Sunday, May 1, 2022

Markarian's Chain

Em campo novamente para testar o OAG e verificar se o problema era mesmo o foco .... done! Era mesmo isso e a guiagem agora com Off-Axis funcionou! O único detalhe é que o uso do OAG inviabiliza muitas vezes o ajuste contínuo do foco da câmera primária durante a sessão de captura. Mas tudo bem, não é um impeditivo.

Dessa vez fui capturar um aglomerado de galáxias denominado Markarian's Chain. É um grupo de galáxias que faz parte do Aglomerado de Virgem. É chamado de "cadeia (chain)", porque, quando vistas da Terra, as galáxias se encontram ao longo de uma linha suavemente curva

É um campo muito legal pois além do aglomerado principal é possível detectar na imagem uma grande quantidade de outras pequenas galáxias e objetos! Nos dá uma ideia dos vários mundos que existem por ai!



A captura durou um pouco mais de duas horas utilizando o pequeno refrator SpaceCat.

Céus limpos a todos!

@AstronominaNoCerrado

Monday, April 25, 2022

Nebulosa da Carina unguided

Abrindo a temporada 2022 finalmente!

São Pedro deu uma pequena trégua aqui no cerradão goiano e tive uma janela de poucas horas para fazer uma captura. Já valeu, o objetivo principal era testar um SpaceCat que eu havia adquirido ainda em 2021 e não havia usado e mais recentemente um OAG para guiagem.

Bom, tive 50% de sucesso. O SpaceCat me surpreendeu! Estrelas com boa excentricidade  no campo todo! Fácil de transportar, leve, o foco funcionou bem usando ZWO EAF. Enfim, recomendo!

O problema foi com o ZWO OAG. Adquiri para usar com o meu C8 mas como já iria testar o SpaceCat, levei junto. Montei tudo de acordo com o recomendado pelo fabricante, usando o anéis de espaçamento indicados no manual, etc.

Durante a noite ao conectar a ZWO ASI 224 no PHD2 e tentar capturar estrelas.... nada! Apareciam uns pontinhos luminosos, que desapareciam no frame seguinte. Tentei de tudo, ajustei a posição do prisma, rotacionei o OAG, ajustei o focalizador helicoidal, ajustei o tempo de exposição, tirei novos darks, etc. Mas nada dava certo!

Por fim, para não perdeu a janela com bom tempo, capturei a Nebulosa da Carina sem guiagem.

No outro dia pela manhã, resolvi testar novamente o OAG. Vi que não conseguia foco a distância. E comecei a investigar. Troquei os anéis, mudei a posição do OAG, etc. Finalmente descobri o que era! Me parece que essas câmeras que não são as "Mini" da ZWO não podem ser usadas com o focalizador helicoidal do OAG. Quando tirei o focalizados e o adaptador da 224 e a rosqueei diretamente na base do OAG... voila! Consegui foco!

Zwo asi 224 roqueada na base do.zwo oag

Acredito que tenha sido esse o problema...mas na noite seguinte o tempo fechou e não consegui testar novamente. Ficará para a próxima.

Nebulosa da Carina. Frames de 120s. Total 2hrs.

A nebulosa de Carina (Eta Carinae) está localizada a uns 8mil anos-luz de nós. É uma das maiores nebulosas do nosso hemisfério sul, uma região de HII com intensa formação estelar. A nebulosa escura pequena conhecida como "buraco da fechadura (Keyhole)" é a nuvem de absorção no centro da Carina, 

Céus limpos a todos!

@AstronominaNoCerrado

Friday, January 7, 2022

Meteoritos Santa Vitória do Palmar e Nova Petrópolis

O meteorito Santa Vitória do Palmar foi encontrado em meados de 2003 nas proximidades das dunas do Holoceno em Lagoa Mirim durante as buscas por flechas indígenas. Foram encontradas três massas e então classificadas como Condrito Ordinário L (baixo teor de ferro). Na época houve suspeita que esse meteorito pudesse ser oriundo de um bólido registrado na região em 1997 mas a hipótese foi descartada pois as massas encontradas já haviam sofrido com intemperismo, indicando queda mais antiga. Sua análise pode ser vista aqui


O Nova Petrópolis também foi encontrado no Rio Grande do Sul durante a abertura de uma estrada na década de 60. É um Siderito Octaedrito com estruturas Widmanstätten bem presentes. Uma curiosidade é que esse meteorito foi considerado uma "pedra misteriosa" por populares na região pois ela parecida "chorar". Era água sendo condensada com a mudança de temperatura, principalmente quando ia chover. Sua análise pode ser vista aqui


Céus Limpos

@astronomiaNoCerrado

Tuesday, January 4, 2022

Meteoritos Santa Catharina e Patos de Minas II (Octaedrito)

 O meteorito Santa Catharina foi descoberto ainda durante o reinado de D. Pedro II em São Francisco do Sul - SC por volta de 1875. A quantidade desse meteorito era tão grande (25t) que antes de ter uma amostra classificada como sendo um objeto do espaço, foi enviado para a Europa como sendo proveniente de uma mina de ferro para ser fundido. O Santa Catarina é um raro Siderito Ataxito com mais de 30% de Niguel em sua composição, não mostrando estruturas como as de Widmanstatten ao ser tratado com ácido. A análise pode ser vista aqui.


Já o Patos de Minas II (Siderito Octaedrito) começa sua história em 1925. Havia um fragmento de 18.4g desse meteorito na Escola de Minas de Ouro Preto. Mais tarde em 2002 um fazendeiro achou uma massa de 200kg enquanto arava sua terra na mesma região do fragmento menor. Ao analisar a maior massa, logo se descobriu que as duas faziam parte do mesmo meteorito. Sua análise pode ser vista aqui


Céus limpos

@astronomiaNoCerrado

Saturday, January 1, 2022

Um pedaço do Vesta no Brasil

Em Junho de 2017 um meteorito teve sua queda observada nas proximidades da vila Serra Pelada no Pará. Um estrondo que foi ouvido a quilômetros de distância! Alguns fragmentos foram encontrados próximos a uma escola na região e coletados por morados da vila. A massa maior, que fora logo vendida para um estrangeiro, foi encontrada por um eletricista na região de uma mineradora.

Parte desses fragmentos foram comprados por pesquisadores e colecionadores brasileiros, submetidos a análise e indicaram que se tratava de um tipo raro de meteorito (Acondrito Eucrito, HED), que seria proveniente do asteróide 4 Vesta. O estudo realizado por Maria Elizabeth Zucolotto, pesquisadora da UFRJ, reforça a origem desse meteorito pois possui uma proporção única de alguns elementos químicos.

Esse exemplar acaba de entrar para a coleção. Sua análise pode ser vista aqui.

Vesta (designado formalmente 4 Vesta) é o segundo maior asteroide do Sistema Solar e o principal corpo da família Vesta, com um diâmetro médio de 530 km, até ser promovido a protoplaneta em maio de 2012.

Foi descoberto por Heinrich Wilhelm Olbers em 29 de março de 1807. O nome provém da deusa romana Vesta, correspondente à deusa da mitologia grega Héstia. Está localizado no cinturão de asteroides, região entre as órbitas de Marte e Júpiter, a 2,36 UA do Sol. 


foto: 4 Vesta. Dawn/NASA

Seu tamanho e o brilho pouco comum na superfície fazem de Vesta o mais brilhante asteroide. É o único asteroide que é ocasionalmente visível a olho nu.

Teoriza-se que nos primeiros tempos do sistema solar, Vesta era tão quente que o seu interior derreteu. Isto resultou numa diferenciação planetária do asteroide. Provavelmente tem uma estrutura em camadas: um núcleo metálico de níquel-ferro coberto por uma camada (manto) de olivina. A superfície é de rocha basáltica, originária a partir de antigas erupções vulcânicas. A atividade vulcânica não existe hoje.

Céus Limpos

@astronomiaNoCerrado

Astronomia, Determinismo e a boa vida

  Para você o que é ter uma boa vida? A evolução da Astronomia influenciou pensamentos materialistas como o do filósofo grego Demócrito. O...